sábado, 28 de fevereiro de 2009

Ponto final


Novamente peço ajuda a Guimarães Rosa, pois tem ocasiões que não dá pra pensar com coerência.

"Deus nos dá pessoas e coisas, para aprendermos a alegria. Depois, retoma coisas e pessoas para ver se já somos capazes da alegria sozinhos... Essa a alegria que ele quer."
Guimarães Rosa in: Corpo de Baile

Vai com Deus meu padrinho Rubem... infelizmente ainda não sou capaz da alegria sozinha.

Kiss! Lehitraot!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Meu caro Guimarães...

Eu queria escrever tanta coisa, mas sabem quando o "tanta coisa" não cabe na nossa cabeça? De um jeito que não consegue transbordar em palavras e fica ali só ocupando espaço? Pois é, assim estou eu. Mas, num desses encontros casuais, li Guimarães Rosa, que com suas palavras poéticas transbordadas tão perfeitamente, me senti ali, dona de cada letrinha ordenada por ele, que só em lê-las, esvaziaram a minha cabeça. Acho que era um pouco disso que eu estava sentindo e não conseguia pôr em palavras, mas vá lá, Guimarães Rosa é infinitamente o melhor e fez isso por mim. Obrigada Caro Guimarães!

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."

Kiss! Lehitraot!

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Jacarandá

Hoje se comemora, aqui em Israel, o Ano Novo das Árvores (Tu Bishvát). Recebi da minha morá uma breve explicação sobre esta data, segue abaixo a cópia do email.

"Desde o início dos tempos, o homem sempre teve um vínculo forte com a natureza, tanto que Adam (Adão, em hebraico) vem de Adamá (terra). Esta semelhança não é à toa, pois os homens, assim como a terra, devem crescer e dar continuidade à vida no planeta. De modo assertivo, o judaísmo protege o meio ambiente e Tu Bishvát passou a ser, então, uma data para despertar no povo o interesse e a preocupação pelo planeta Terra.

Essa data se transformou num popular "Dia da Árvore Judaica" e ganhou uma série de costumes e tradições como, plantar mudas nas encostas dos morros, fazer passeios ecológicos por trilhas e florestas, realizar um Seder tomando 4 cálices de vinho de colorações diferentes e a realizar refeições caracterizadas pelo consumo de frutas e frutos da Terra de Israel.

Podemos encontrar inúmeras citações a respeito da relação homem/ natureza na Torá, no Talmud e nos dizeres de nossos sábios.

Assim escreveu Rabi Yoná , da cidade de Verona, Espanha:

"A firmeza da árvore não está nas suas folhas, galhos e frutas bonitas, mas sim nas suas raízes que estão guardadas onde os ventos e as tempestades não as atingem; e apesar de a árvore balançar, ela não se move do lugar. A mesma coisa se dá com o ser humano: todo o tempo em que está agarrado a suas raízes nenhuma tempestade ou furacão o arrancam do lugar. Ao contrário, revigoram-no" ".

Esses dias, antes mesmo de saber deste feriado, pois é, não é porque estou em Israel que sei os dias e os significados de todas as comemorações judaicas, estava pensando em escrever algo sobre árvores e raízes. Tudo porque quando resolvemos vir de mala e cuia pra Israel, resolvi fazer parte de uma comunidade no orkut cujo nome é: Não sou Árvore para ter Raiz. Lá estão pessoas que dizem não ter medo de mudar, e na época me senti fazendo parte deste grupo de pessoas, afinal estava mudando, e muito, a minha vida. Enfim, agora, depois de 9 meses, o bebê nasceu, e me dei conta que sou sim uma árvore, e daquelas bem grandes, frondosas, de raízes profundas, tal qual um Jacarandá! Pois é, sou um Jacarandazão! E como é difícil ter raízes grandes e profundas quando se está longe da terra que as abrigava.

Kiss! Lehitraot!