segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Jacarandá

Hoje se comemora, aqui em Israel, o Ano Novo das Árvores (Tu Bishvát). Recebi da minha morá uma breve explicação sobre esta data, segue abaixo a cópia do email.

"Desde o início dos tempos, o homem sempre teve um vínculo forte com a natureza, tanto que Adam (Adão, em hebraico) vem de Adamá (terra). Esta semelhança não é à toa, pois os homens, assim como a terra, devem crescer e dar continuidade à vida no planeta. De modo assertivo, o judaísmo protege o meio ambiente e Tu Bishvát passou a ser, então, uma data para despertar no povo o interesse e a preocupação pelo planeta Terra.

Essa data se transformou num popular "Dia da Árvore Judaica" e ganhou uma série de costumes e tradições como, plantar mudas nas encostas dos morros, fazer passeios ecológicos por trilhas e florestas, realizar um Seder tomando 4 cálices de vinho de colorações diferentes e a realizar refeições caracterizadas pelo consumo de frutas e frutos da Terra de Israel.

Podemos encontrar inúmeras citações a respeito da relação homem/ natureza na Torá, no Talmud e nos dizeres de nossos sábios.

Assim escreveu Rabi Yoná , da cidade de Verona, Espanha:

"A firmeza da árvore não está nas suas folhas, galhos e frutas bonitas, mas sim nas suas raízes que estão guardadas onde os ventos e as tempestades não as atingem; e apesar de a árvore balançar, ela não se move do lugar. A mesma coisa se dá com o ser humano: todo o tempo em que está agarrado a suas raízes nenhuma tempestade ou furacão o arrancam do lugar. Ao contrário, revigoram-no" ".

Esses dias, antes mesmo de saber deste feriado, pois é, não é porque estou em Israel que sei os dias e os significados de todas as comemorações judaicas, estava pensando em escrever algo sobre árvores e raízes. Tudo porque quando resolvemos vir de mala e cuia pra Israel, resolvi fazer parte de uma comunidade no orkut cujo nome é: Não sou Árvore para ter Raiz. Lá estão pessoas que dizem não ter medo de mudar, e na época me senti fazendo parte deste grupo de pessoas, afinal estava mudando, e muito, a minha vida. Enfim, agora, depois de 9 meses, o bebê nasceu, e me dei conta que sou sim uma árvore, e daquelas bem grandes, frondosas, de raízes profundas, tal qual um Jacarandá! Pois é, sou um Jacarandazão! E como é difícil ter raízes grandes e profundas quando se está longe da terra que as abrigava.

Kiss! Lehitraot!

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