quarta-feira, 22 de abril de 2009

O charme do Leste Europeu e a sedutora Londres.

Estamos de volta! Vou tentar ser breve no meu relato destes 12 dias de viagem pelo Leste Europeu e pela Inglaterra. Saímos no dia 7 deste mês para um vôo pela madrugada. Chegamos em Londres e rapidamente fizemos a conexão para um vôo pela Easy Jet. O rápido período que ficamos no aeroporto Stanford deu pra sentir um pouquinho o clima londrino. Confesso que minha grande expectativa de viagem era Londres. Um silêncio no setor de embarque que me deixou um pouco constrangida. O salão estava lotado, e o povo não falava e se falava era em tom bem baixo. Achei estranho e desconfortável esta situação. A educação em excesso às vezes nos causa este desconforto.
Pois bem, aportamos em Praga, capital da Boêmia, pela manhã, e de cara nos defrontamos com a dificuldade que iria nos acompanhar por todo leste europeu: dificuldade de comunicação. O povo não fala inglês e quando fala, falam mal, pelo menos uma grande maioria. Mas este detalhe é a pimenta que falta para nosso divertimento, afinal Léo é multilíngue, explicando melhor: cara de pau mesmo! Conseguimos chegar ao hotel, que fica bem próximo do centro velho. Pelo caminho, aqueles grandes prédios, de atmosfera árida e cinzenta me causaram um certo mal estar. Parecia que estava rodeada de nazis. Mas esta sensação logo foi desfeita quando chegamos a grande praça da cidade velha. Olhei pro alto e vi um castelão, parecia que estava na Disney, era a igreja gótica da Virgem de Tyn, mais uns passos e nos deparamos com o grande e belo Relógio Astronômico. Muito turista flanando pelas ruas antigas de Praga. Voltamos logo, pois estávamos exaustos da noite mal dormida. No dia seguinte, fizemos um dia de cidadão praguense. Fomos ao shopping e a um grande supermercado chamado Tesco, que tem em toda Europa. Ficamos encantados com a variedade de embutidos, queijos, pastas, pães, e gente. É, gente! Pessoas locais são interessantíssimas. Povo feio mas "simpaticão", e um monte de idosos na parte dos embutidos e eu me perguntando como sobreviveram a tanta gordura embutida? Passeamos bastante de bonde, e como estávamos com passe livre, fomos de um canto ao outro sem nos preocuparmos em seguir os roteiros turísticos e com isso descobrimos Praga verdadeiramente. Fomos passear num parque, pois queríamos chegar até umas muralhas que víamos ao longe, subimos, subimos e chegamos numa universidade. Hora do almoço? Nem pestanejamos, vamos experimentar o rango estudantil. Posso afirmar que nenhum turista fez um programa destes. O mais interessante é que nos quiosques da universidade vendem cerveja, e por falar nisso, a melhor cerveja que bebemos em todo leste europeu, foi em Praga, Kozel, anotem aí. No último dia de Praga fomos a Catedral de São Vito, passeamos pela Ponte Carlos, andamos, andamos e andamos.

De trem fomos até a Áustria, na cidade de Vienna. Fiquei assustada com o tamanho. Não esperava por isto. Também não esperava encontrar tanta multiplicidade de gente. Fiquei procurando os loiros de olhos azuis, mas olhava pra um lado e via negros, olhava pra outro e via chineses, coreanos, mulheres árabes de burca, tudo muito interessante e surpreendente. Passeamos no dia seguinte pelos principais pontos turísticos. No segundo dia resolvemos ir para Bratislava, na Eslováquia. Foi ótimo! Bratislava é uma cidade pequena e muito bonita, vale a pena dar uma conferida. Uma das expectativas de Léo era quanto aquelas docerias lindas de Vienna, bom, isso só fez parte do imaginário dele, pois não encontramos nada parecido, e os doces não eram nada demais. O mais próximo deste imaginário, encontramos em Bratislava, no café Mayer, com doces e tortas variados e maravilhosos. Passamos o dia todo em Bratislava e retornamos à noite para Vienna.

De Vienna pegamos mais um trem que nos deixou na Hungria, na cidade do pai do Léo, Budapeste. Chegamos de tardezinha, e como alugamos um flat, aproveitamos pra lavar nossas roupas. Com isso, só saímos de noite pra comer e ver onde morou o pai do Léo, pois por coincidência, ficamos hospedados muito próximos da rua onde ele havia morado. No dia seguinte passeamos por uma cidadezinha próxima de Budapeste, Szentendre. Bonitinha, mas nada de mais. Pra se ter uma idéia, um dos principais pontos turísticos era o museu do marzipã. Mas vá lá, vale conferir pelas ruelas tranqüilas e clima pitoresco de cidade do interior de Minas Gerais. Na manhã seguinte, fizemos um passeio por toda Budapeste, lado Buda e lado Peste, num ônibus com um guia turístico. Entramos no parlamento e passeamos pelos principais pontos turísticos. Ficamos com uma ótima impressão da cidade. Povo simpático, e novamente foi por água abaixo aquela imagem dos loiros dos olhos azuis. Apesar do povo ser um pouco mais homogêneo que em Vienna, a raça ariana não reina por lá.

Agora tem um parágrafo à parte para a viagem com, ou sem emoção. Já faz parte do roteiro, Léo me perguntar se eu quero uma viagem com, ou sem, emoção. Lógico que feita esta pergunta, a resposta já está presumidamente dada. Vai ser com emoção! Todo o roteiro, em algum, ou alguns momentos, tem que ter uma batida mais forte de coração, e essa hora, do coração acelerado, chegou pra gente no momento que seguíamos para o aeroporto a fim de pegarmos o nosso vôo para Londres. Eu já estava num ritmo de pegar trem e seguir viagem, então fiquei tranquila, mas esse trem não era uma viagem, mas sim um transporte da cidade de Budapeste para o aeroporto. Enfim, lá pelas tantas, Léo me pergunta: Quantos Kms você acha que este trem está fazendo por hora?
Eu: Bem, creio que uns 100, 120 por hora. Léo começa a dar risada... Momentos de tensão. Sim, Léo deu esta risada é por que algo não vai bem.
Léo: A estação não ficava há uns 20 kms?
Eu: Crei que sim.
Léo: Já estamos há quase 1 hora neste trem, se a velocidade for de 100 km por hora, já era pra termos chegado, certo?
Eu: Mas você não falou que era para descermos na estação final?
Pânico!!!!!! Léo então fala com um outro passageiro, que por sorte falava inglês, e este nos diz que a estação do aeroporto já havia passado. Teríamos que saltar na próxima, que ficava há meia hora do ponto que estávamos e pegar outro trem de volta. Adrenalina correndo no sangue. Chegamos na tal próxima estação, cujo nome não me esquecerei: Cegléd. Era o verdadeiro fim do mundo. Aquele silêncio. Só os pássaros se manifestavam. Os últimos forints deram para pagar a viagem de volta. Conseguimos pegar o trem e chegamos a tempo para o nosso vôo para Londres. Agora me diga, precisava disso?

London, London! Apaixonei! Pegamos um dia de chuva, mas nada suficiente para atrapalhar. Os outros três dias fora de sol e frio. A chegada até o hotel foi um tanto quanto tensa, pois os trens e metrô paravam de funcionar meia-noite, chegamos às 22:30h. Foi um corre corre, mas apesar de imensa a malha ferroviária, esta é muito organizada. Também contamos com sorte e boa vontade de muitos ingleses. Esta boa impressão, ingleses simpáticos, atenciosos e de muita boa vontade, foi outro mito desfeito. Eu estava esperando pessoas frias e mal humoradas, mas me deparei com pessoas educadas e muito prestativas do começo ao fim da estada em Londres. Também a pluralidade do povo me surpreendeu.
Como no primeiro dia chovia muito, andamos um pouco pela região de Piccadilly Circus e resolvemos passear no clássico ônibus londrino de dois andares. Tínhamos o passe livre, e assim, seguimos sem rumo. Fomos parar na Camden Town Street, uma rua cheia de lojinhas com roupas moderninhas, cheia de punks e turistas também. Nesta mesma rua fica um grande centro de comércio, Stables Market, que tem desde comidas variadas até roupas novas e usadas. Muitos casacos de couro por até 10 libras, usados, claro. Adorei o clima do lugar, onde também fica um bar-boate-casa de show, super descolado. O Stables era um antigo estábulo de cavalos no ano de 1854, e agora, com a mesma estrutura, se tornou um ponto interessantíssimo para fazer parte do roteiro de quem vai a Londres.
Nos dias que se seguiram fizemos o típico passeio de turista: Tower Bridge, Tower of London, Sait Paul's Cathedral, Big Ben, London Eye, Westminster abbey, Buckingham Palace. Mas também vestimos a camisa de um bom londrino e seguimos caminhos fora do roteiro, e isto é a melhor parte: conhecer Londres como se fosse um londrino. Andamos, andamos e andamos, por ruas que não estão nos mapas turísticos.
Voltamos a terrinha no dia 19. E assim foi. Perfeito!

Kiss! Lehitraot!

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Enfim, um passeio ecumênico

Conseguimos fazer nosso passeio ecumênico! Percorremos, em poucas horas e em poucos passos, pelos lugares santos da religião católica (Santo Sepulcro), pela religião judaica (Kotel) e a religião mulçumana (Mesquita de Omar). Digamos que cada lugar tem sua importância, beleza, e espiritualidade, e tudo junto faz de Jerusalém um lugar maravilhoso. É justo esta diversidade, essa mistura de credos, de seres humanos e por que não de loucuras, que faz de Jerusalém um lugar singular. Será que o mundo pode entender que é com as misturas, seja lá quais forem, que fazem do mundo um lugar mais interessante e melhor pra se viver? Vamos parar com essa história de pôr cada um no seu canto, vamos bagunçar tudo, no bom sentindo, vamos experimentar um pouquinho de cada sabor e buscar sensações novas! Tá aí, vou levantar a bandeira do todo mundo junto e misturado. Quem quer sacudir a bandeira junto comigo?

Mais uma novidade! Ah! Estou adorando esta história de aparecer por aqui e postar novidades! Vamos de novo ao velho mundo! Roteiro? Londres, Praga, Viena, Bratislava e Budapeste. Lógico que trarei novidades!

Kiss! Lehitraot!